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Foto do escritorRafael Penha Filho

Infecções oculares em cães e gatos


Infecções bacterianas oculares são comuns em animais de companhia especialmente cães. Algumas características anatômicas como entrópio ou ectrópio podem contribuir para ocorrência de infecções bacterianas secundárias. A infecção pode se instalar em diferentes locais dos olhos, como as pálpebras, conjuntiva ou córnea.


As infecções bacterianas podem ser tanto primárias quanto secundárias. Filhotes são mais suscetíveis à infecção primária. Cães mais velhos geralmente são afetados por infecções secundárias em quadros como a blefarite devido à presença de condições predisponentes, como a associação com calázio, ceratoconjuntivite seca, atopia na região dos olhos, seborréia e hipotireoidismo.



As conjuntivites bacterianas são bastante comuns em pequenos animais, apesar de serem causadas, na maioria das vezes por bactérias comensais (ex. Staphylococcus sp.), diferentes fatores de virulência bacterianos

podem definir os sinais clínicos e o curso da infecção. Algumas condições que afetam a conjuntiva podem facilitar a proliferação bacteriana, como olhos secos, traumas, anomalias, corpos externos, dermatoses crônicas e reações alérgicas.


Olhos com ceratoconuntivite seca, consequentemente reduzida produção lacrimal, são deficientes em enzimas antibacterianas (lactoferrina, lisozima e peroxidase), facilitando a colonização e proliferação bacteriana nos olhos. Staphylococcus sp. são os microorganismos mais comuns neste quadro, identificadas em 69% dos casos, no entanto, em condições mais severas, as enterobactérias como E. coli e Pseudomonas sp. podem aumentar sua frequência. Outra condição que afeta a produção lacrimal conhecida como dacriocistite, ocorre devido à inflamação e obstrução do saco e ducto lacrimal, interrompendo a drenagem nasolacrimal, resultando em infecções bacterianas oportunistas dos olhos. O tratamento com anti-inflamatórios e antibioticoterapia devem ser realizados rapidamente, para controlar o quadro e prevenir complicações, sempre baseados em dados técnicos laboratoriais , para que evitar falhas terapêuticas ligadas ao uso empírico dos antibióticos.



A conjuntivite causada por Mycoplasma sp. em gatos está associada a Mycoplasma felis e M. gatae. Os sinais clínicos incluem conjuntivite unilateral ou bilateral, epífora, inchaço da conjuntiva e exsuato branco. Embora a patogenia não seja completamente compreendida, é altamente provável que Mycoplasma sp. sejam patógenos secundários, aparecendo após a infecção por herpesvirus felino ou Chlamydia sp. Este quadro também está associado conjuntivite neonatal, onde uma forte descarga purulenta ocorre antes da abertura fisiológica dos olhos de filhotes.


O epitélio da córnea é uma barreira para as bactérias, e sua disruptura por úlceras, pode levar a invasão bacteriana oportunista. Úlceras estromais profundas e progressivas são ameaças potenciais para o globo ocular e a visão e a terapia tem que ser agressiva. As bactérias mais comuns em infecções de úlceras da córnea incluem Staphylococcus sp. , Streptococcus sp. ,

Pseudomonas sp. , Escherichia coli, Corynebacterium sp. e Bacillus cereus. Antibióticos tópicos são administrados e alguns casos necessitam de aplicação subconjuntiva. O diagnóstico da infecção bacteriana e a eleição de antibióticos são realizados com base na cultura bacterinana e teste para avaliação de sensibilidade dos isolados, auxiliando assim o profissional médico veterinário, no sucesso da terapia desde o início do tratamento.


Tabela 1. Microbiota da conjunctiva de

cães clinicamente normais.

 

Bactéria Frequência (%)

 

Staphylococcus sp. 70%

Streptococcus sp. 43%

Corynebacterium sp. 30%

Streptococcus canis 2%

Neisseria sp 26%

Pseudomonas 14%

Moraxella sp 7%

Bacillus sp. 6%

Escherichia coli 5%

Micrococcus sp. 4%

Proteus sp. 3%

Klebsiella sp. 3%

Streptomyces sp. 1%

Enterococcus sp. <1%

Branhamella sp. 1%

Enterobacter sp. 1%

Flavobacterium 1%

 

Embora as bactérias comensais sejam na maior parte dos casos, relacionadas às infecções oculares, principalmente Staphylococcus sp., é importante considerar que cada paciente é afetado por um isolado com perfil único de suscetibilidade aos antimicrobianos, e que atualmente tem interferido muito na eficiência de antibióticos de primeira eleição. Entre em contato com o laboratório Safe Saúde Animal Ltda. nós podemos auxiliar na sua escolha de antimicrobianos para que suas terapias estejam ao seu controle e funcionem desde o primeiro momento.



Referências:

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Slatter DH: Fundamentals of Veterinary Ophthalmology, ed 2. Philadelphia, WB Saunders, 1990, p 47; Peiffer RL, Stowe CM: Veterinary ophthalmic pharmacology principles. (Part 1).

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